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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Street Art e o que realmente importa



Há quem critique um estêncil pequenino num canto do muro, mas, se no seu lugar se colocar um cartaz publicitário enorme, já não se queixe. 


A publicidade comercial, é bom lembrar, trata mal as pessoas. É constante, repetitiva, intrusiva. Está em toda a parte. E com que propósito? O de convencer as pessoas de que elas não são completamente felizes, que precisam, outra vez e sempre, de comprar algo novo para se sentirem completas, bonitas, higiénicas, perfumadas, modernas, poderosas, inteligentes, divertidas, únicas, livres!... A publicidade comercial só pode surtir efeito se o potencial comprador se sentir descontente com o seu presente. Assim ela explora essa ansiedade e remete o potencial comprador para um futuro de plenitude, alcançado através do consumo. Mas a vida não é o futuro, a vida é o presente, todos nós existimos no aqui-agora, é quando estamos onde estamos que podemos alcançar a nossa Paz interior. Neste sentido, a proposta da publicidade é uma fraude. Ela não propõe tanto a compra de objetos, quanto impõe um modo de viver e de ser. Isso é algo extremamente agressivo. Ela está em toda a parte, rodeia-nos, invade-nos. E aceitamo-la como natural. No entanto, reprovamos com facilidade a presença da Arte Urbana que inesperadamente surge no nosso caminho, uma forma de Arte que desconcerta as pessoas porque não propõe a compra de nada, limita-se a existir, a ser o que é. 


Ao apresentar-se assim de um modo tão desinteressado e simples, a Arte Urbana confronta-nos conosco próprios, com os nossos valores mais íntimos. O que é realmente importante para nós? Produzir-comprar-produzir-comprar...? Se soubéssemos que este seria o nosso último dia de vida, o que é que faríamos? O que é realmente importante no mais fundo de nós?



2 comentários:

Z. disse...

Concordo plenamente com esta tua reflexão. Acertaste em cheio. Agora só falta que mais pessoas assim pensem e/ou vejam a validdade desta lógica.

Abraço

Z. disse...

P.S.: Tens igualmente de te "pôr-a-pau" com os comentários spam, como o anterior... ;)

Abraço.